sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

SALÁRIO MÍNIMO: GOVERNO ATUALIZA VALOR PARA R$ 622 EM 2012


O governo elevou o salário mínimo para 2012 de R$ 619,21 para R$ 622,73. O novo número consta no ofício que o Ministério do Planejamento enviou ao Congresso nesta segunda-feira (21) com a atualização dos parâmetros econômicos utilizados na elaboração da proposta orçamentária do próximo ano (PLN 28/11). A diferença de R$ 3,52 deve-se à revisão do INPC deste ano, que reajusta o mínimo (veja quadros abaixo).
A proposta orçamentária foi elaborada com uma previsão de INPC de 5,7%. O número, somado à taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, que foi de 7,5%, projetou um mínimo de R$ 619,21 no projeto original, equivalente a um aumento nominal de 13,6%. A atualização elevou a inflação para 6,65%. Com a mudança, o aumento nominal sobe para 14,26% frente ao valor atual, que é de R$ 545.

REALIDADE BRASILEIRA
O salário é mínimo...
A regra vigente para o reajustamento anual do salário mínimo está vinculada ao aumento do Produto Interno Bruto de dois anos antes. O valor ainda é insuficiente para um trabalhador sustentar sua família, mas a regra adotada permitiu que esse mínimo passasse em dez anos de 80 para 300 dólares.
Essa progressão tem que ser lenta para não quebra as finanças de prefeituras e da previdência social nem reativar a inflação que corrói os salários e anularia os aumentos que viessem a provocá-la. Mas dever ser firme, ao longo dos próximos anos, em busca de patamares mínimos compatíveis com o custo de vida real das famílias dos assalariados da base da pirâmide.

TRABALHO LEGAL

A progressão praticada do salário mínimo, combinada com programas de distribuição de renda, como o bolsa-familia e a aposentadoria rural, permitiram uma ascensão social importante em menos de uma década: 30 milhões de brasileiros ascenderam da pobreza indigna às novas classes médias.
O desenvolvimento econômico do Brasil nos últimos anos levou á redução do desemprego, baixando a níveis invejáveis se confrontados com o que se passa na Europa e nos Estados unidos, imersos em grave crise econômica e social.
Outro fato ainda pouco destacado na mídia é o crescimento do emprego com carteira assinada. O trabalhador informal passa a ter direitos da formalidade: 13º salário, férias e FGTS, o fundo de garantia depositado na caixa econômica que ele saca se for despedido. Essa opção pela formalização do contrato de trabalho resulta de novos procedimentos de fiscalização que penalizam durante os que burlam essa obrigação legal e social.
Novo incentivo para isso já é anunciado pelo governo: a desoneração da folha de pagamento. È o seguinte: o empregador deixará de pagar a contribuição patronal para a previdência, até agora calculada sobre o salário do empregado formal, compensada por um aumento em contribuição calculado por um aumento em contribuição calculado pelo faturamento da empresa. Assim, o melhor para o empregador é assinar a carteira do empregado, por não mais aumentar os custos do trabalho e evitar multas ou ações na justiça do trabalho. Ao mesmo tempo, assinando a carteira do trabalhador, este passa a ser contribuinte da previdência aumentando a arrecadação social, e a contar tempo para a sua aposentadoria.

BUSCA A IGUALDADE

Do governo deve ser exigida a continuidade e o aperfeiçoamento do processo em curso, introduzindo outras variáveis para o dimensionamento mas justo e generoso do salário mínimo, do bolsa-familia e dos demais mecanismos de distribuição de renda para acelerar a ascensão social dos milhões de pobres ainda presos a uma baixa e degradante condição desumana de vida. A presidente anuncia sua meta promissora: acabar com a pobreza no período do seu mandato. Deus a ajude a cumprir essa disposição de assumir a guerrilha anunciada: chegar à Copa do Mundo sem pobres no Brasil. Vale mais do que hexacampeonato.
Por outro lado, cabe a todos os brasileiros uma parte fundamental nessa luta. Para realizar esse projeto, haverá necessidade de cortes orçamentários do governo, desemprego de funcionários ociosos de indicação política, apoio á contenção de aumentos escandalosos de vencimentos de parlamentares e magistrados, controle feroz e punição exemplar da corrupção, esse câncer com metástases que corrói a sociedade, penetrando em todos os recantos do seu organismo.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO!


Mais um ano está chegando ao fim, e na beleza das noites iluminadas,
os sonhos de muitos corações se preparam para a viagem à procura
de suas realizações, que ocorrerá durante todo o ano vindouro.

A mesma ocorreu no ano que por hora se finda. Sonhos saíram, alguns
já voltaram sorrindo e outros, de mãos vazias, aguardam a
chegada do novo ano, para seguir numa nova busca.

A realização para os sonhos de alguns, quase sempre, se perde
na metade do caminho, mas, se Deus quiser, ainda terão
 muitos outros anos para encontrá-la.

Sabemos disso porque enquanto o ser humano tiver Ele do lado, fôlego
de vida, família e amigos, estará no caminho certo e seus sonhos
 jamais deixarão de existir. Desejo do fundo do meu coração
que, cada vez que seus sonhos seguirem viagem, eles sempre
voltem para sua vida transbordando de realizações.

Que o natal seja um passaporte para que seus sonhos embarquem na
“Viagem das Realizações” do Ano Novo, e que não voltem sem
 a conquista dos objetivos que motivaram a mesma.

E quando a meia-noite trouxer o Novo Ano para o mundo e
os fogos de artifício anunciarem a sua chegada, nossos
sonhos sairão por aí...

Que Deus tome a frente e que nas noites sem luar, as estrelas
brilhem mais forte, iluminando o longo caminho.

Que no próximo ano possamos ainda ser amigos e esperarmos juntos
 a chegada dos nossos sonhos que partiram, comemorando
 com imensas taças de amizade verdadeira a
vinda e a realização de cada um.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A COMUNIDADE QUILOMBOLA DE GENTIO DO OURO FOI RECONHECIDA COMO REMANESCENTE DE QUILOMBO.

Durante anos, varias comunidades remanescentes de quilombos do município de Gentio do Ouro estão pleiteando o reconhecimento através da Fundação Cultural Palmares. E depois de muitas lutas e empenho da comunidade de Barreiro Preto,  junto com as Secretarias Municipais de Assistência Social, e Educação e Cultura, contou com a parceria da  arquidiocese de Barra (Padre Claudio da Paróquia de Ipupiara-Ba), através do governo Municipal conseguiram ser certificadas.
O evento que marcou a vida da comunidade aconteceu no dia 23 de dezembro de 2011 na Escola Santa Luzia, ás 16h00min, no povoado de Barreiro Preto.
A comunidade quilombola de Barreiro Preto recebeu a certificação de reconhecimento como comunidade remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, com este reconhecimento o prefeito Ivonilton Vieira afirmou “que agora existe mais uma alternativa para a comunidade avançar, rumo a um progresso educacional, cultural, esportivo, social e na sustentabilidade da comunidade na agricultura familiar através de projetos elaborados de acordo a necessidade para fortalecer permanente de geração de renda para esta comunidade.
A comunidade de Barreiro Preto foi a primeira a receber a certificação com a presença do prefeito e demais assessores e secretários.

Certificação FCP/MINC
Data: 07/06/2006 - Portaria n.11 de 06/06/2006. Livro de Cadastro Geral n.06, reg. n.630, fl.140 em 31/05/2006. DOU de 07/06/2006, Seção 1, fl.5.
Estado
Município
Código do IBGE
Comunidade
Data de Publicação
BA
Gentio do Ouro
2911303
Barreiro Preto
  07/06/2006
   

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

32º FÓRUM ESTADUAL DE TURISMO APONTA CRESCIMENTO DO SETOR NA BAHIA.


Fórum de Turismo da Bahia Foto: Alberto Coutinho/Secom
O Salão Baiano de Turismo e a Feira dos Municípios, que acontecem simultaneamente na capital baiana em março de 2012, foram os destaques do 32º Fórum Estadual de Turismo, realizado nesta sexta-feira (16) no Centro de Convenções, em Salvador. Na ocasião, o secretário estadual do Turismo, Domingos Leonelli, destacou o crescimento das atividades ligadas ao setor nos últimos cinco anos. O fórum reúne representantes do trade e das zonas turísticas de todo o estado.
“O salão é uma reivindicação do trade e vai expor atrativos das 13 zonas turísticas da Bahia aos operadores e agências de viagens de todo o Brasil, e já está sendo licitado”, afirmou Leonelli. Segundo ele, o evento será realizado no Parque de Exposições e vai contar também com rodadas de negócios, 60 estandes, área para exposição institucional, entre outras atrações.
Já a Feira dos Municípios, que acontece simultaneamente ao Salão Baiano de Turismo, vai reunir em um só lugar a produção econômica do estado, com gastronomia, cultura, artes de todo o interior, além da realização de grandes shows. “A feira vai reforçar muito o nosso salão e será também uma forma dos municípios desenvolverem mais o seu turismo”, disse o secretário.
Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens/Seção Bahia (Abav/BA), Pedro Galvão, a estratégia do Terceiro Salto está trazendo não somente bons resultados para o presente, como também uma boa perspectiva para o futuro. “Estamos às vésperas de dois grandes eventos e, do ponto de vista do trabalho da Secretaria Estadual do Turismo, a iniciativa é excelente. Ouvimos e somos ouvidos. Hoje, o trade está unido com a secretaria e o trabalho de marketing e divulgação da Bahia está sendo perfeito. Esperamos um verão excepcional, com um aumento de 15% em relação à temporada do ano passado”.

 COMENTÁRIO DE CARLOS ARAÚJO:

Fórum de Turismo da Bahia / Carlos Araújo - Secretario de Turismo de Gentio do Ouro a Direita
Foto: Rita Barreto

EXPECTATIVA:
            A Feira dos Municípios e o Salão Baiano de Turismo realmente vão oportunizar  para todos os municípios expor seus atrativos das 13 zonas turísticas da Bahia, também é uma forma dos municípios desenvolverem mais o seu turismo.
Mas para que isto venha  acontecer  nos  municípios que estão em desenvolvimento é necessário que o Gestor tenha interesse de trabalhar o marketing e a divulgação do seu município.

ESTRATÉGIA:
Depois de uma nova estratégia denominada como o Terceiro Salto do Turismo, baseado nos eixos de Qualidade, Inovação e Integração Econômica. Do papel antes apenas limitado, à atração de receita turística e de grandes empreendimentos privados, que em muitos casos, importavam mão de obra de outros estados. Após a inovação do o secretário estadual do Turismo, Domingos Leonelli, o turismo passou a ampliar-se como fonte permanente de geração de emprego e renda para os baianos. Quando aconteceu a desconcentração da atividade turística do litoral para o interior consolidou um movimento mais equilibrado em direção à redução das desigualdades regionais. Desta forma passou a mostrar toda sua diversidade. A Bahia é o sol, o mar, as praias, mas é também as serras e planícies da Chapada Diamantina, as belezas naturais do Cerrado, a história do povo sertanejos, gravada na aridez do sertão, e a riqueza que brota do leito do Velho Chico. Com isso, além de elevar desenvolvimento turístico ás populações do interior, conseguiu-se aumentar a permanência do turista no Estado.

GENTIO DO OURO:
Nós últimos anos o município de Gentio do Ouro vem se destacando no cenário turístico do Estado da Bahia.

CLIQUE E FAÇA SUA VISITA:


Esteve por 02 (duas vezes) com matéria na Revista Viver BahiaRevista Oficial do Turismo da Bahia” sobre o Turismo Arqueológico em Maio/Junho 2010 - Edições de nº 12 Bahia – Brasil e em Dezembro 2011 – Edição Especial nº 16 Bahia – Brasil.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

CUIDADO COM ALIMENTOS NÃO FISCALIZADOS NO VAREJO


Produtos com quantidade inadequada de agrotóxicos, como pimentão, morango e pepino podem provocar doenças.

Fiscalização precária /De acordo com Luiz Cláudio Meirelles, gerente de Toxicologia da Anvisa, a concentração excessiva de agrotóxicos verificada nos alimentos ocorre, principalmente, pela precariedade de fiscalização. “O território brasileiro é vasto e existem poucos fiscais. Além disso, diversos produtores rurais não conhecem corretamente os limites técnicos de muitas substâncias e aplicam de maneira errada os agrotóxicos”, afirmou o gerente da Anvisa. Segundo o Ministério da Agricultura, existem aproximadamente 3 mil fiscais para analisar 5 milhões de propriedades rurais no país. 
De acordo com a Anvisa, a fiscalização cabe aos estados. Em São Paulo, a Secretaria de Saúde não informou quantos profissionais são encarregados da tarefa. 
Para Meirelles, a boa notícia do último levantamento é que o tomate e a batata apresentaram níveis mais baixos em relação a estudos anteriores. “Isso demonstra que foram feitos esforços em toda a cadeia produtiva para que a situação melhorasse. Esperamos que o mesmo seja feito para os outros produtos”, afirmou.
Em São Paulo, o morango desperta maiores cuidados, pois o estado é o quarto maior produtor no Brasil. O alimento figura em segundo lugar com maior incidência de problemas, tendo 63,4%, atrás apenas do pimentão. Na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), são comercializadas 10 mil toneladas a cada ano.
SUBSTÂNCIAS CAUSAM CÂNCER E INFERTILIDADE
De acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o consumo de alimentos com concentração excessiva de agrotóxicos ao longo dos anos pode provocar diversas doenças, como câncer, infertilidade, problemas hormonais, deficiência imunológica e distúrbios neurológicos, entre outras patologias. Os agrotóxicos são usados para controlar pragas.
“Tudo depende do tipo de substância presente no agrotóxico e do tempo de consumo. Existem diversas variáveis”, afirmou Sérgio Graff, toxicologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
No ano passado, a Academia Americana de Pediatria realizou um estudo com 1,1 mil crianças. As 119 que apresentaram transtorno de falta de atenção possuiam resíduo de organofosforado (molécula utilizada em agrotóxicos) na urina, acima da média de outras crianças.
A curto prazo, a ingestão inadequada de agrotóxicos pode apresentar sintomas como dores de cabeça, alergia e coceiras. Dos 50 princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil, 20 já foram banidos na União Europeia, de acordo com a Anvisa. O endossulfan, por exemplo, comumente encontrado no pimentão, não é mais utilizado nos Estados Unidos e China. A substância foi reavaliada no ano passado e deve ser banida do país até 2013, de acordo com a Anvisa.
DICAS PARA SE PREVENIR
Deixar os alimentos por 30 minutos em uma bacia d’água com bicarbonato de sódio. Após o período, lavar com água corrente. Consumir alimentos da época, pois são menos sujeitos a agrotóxicos. Adquirir alimentos orgânicos, pois não utilizam produtos químicos. Eliminar as folhas externas das verduras.
 CUIDADO COM ELES
Abacaxi – Beterraba – Couve – Mamão – Tomate – Laranja – Maçã – Arroz - Feijão
Repolho – Manga – Cebola – Pimentão – Morango – Pepino – Alface – Cenoura – Batata.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

PAULO AFONSO: UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA DE SUA CRIAÇÃO.

CONHEÇA UM POUCO DESSA MARAVILHOSA HISTORIA
DE REDENÇÃO DO NORDESTE, VALE A PENA CONFERIR.
 
Como se o destino conspiras-se para facilitar-me o conhecimento da cachoeira de Paulo Afonso, Landulfo Alves, então governador da Bahia, sempre me convidava para excursões ao interior. De tal modo as visitas calaram no meu espírito que me induziram a pensar obsessivamente no aproveitamento da cachoeira, com uma grande usina hidrelétrica que fornecesse energia ao nordeste, pois seria o meio mais acertado de erradicar a miséria ali reinante. A cachoeira costumava ser invocada pelo espetáculo de grandiosidade e beleza por poetas, escritores, geógrafos, pintores e homens públicos. Delmiro Gouveia realizou em 1913 um pequeno aproveitamento da cachoeira, com uma usina de 1.500 HP, para servir a sua fábrica de linhas de coser na vizinha localidade de Pedra, Alagoas. A obra foi realizada mediante concessão do Estado de Alagoas, pelo Decreto nº 520 de 12/08/1911. O Imperador Dom Pedro II foi conhecer a cachoeira em 1859, pernoitando no local chamado Limpo do Imperador, quando fez anotações no seu diário, que está no Museu Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro.
O desequilíbrio entre o nordeste e o sul, o abismo que separava um do outro, tornava a construção da hidrelétrica imperiosa e premente.
Maior vulto e significado a cachoeira assumiu a meus olhos quando me coube o ensejo de medi-la na qualidade de presidente da Subcomissão de Abastecimento da Bahia, em 1943. Após a deposição de Getúlio Vargas em 29/10/1945 e a interinidade de José Linhares, assumia o poder o Presidente Dutra. Quando Daniel de Carvalho, seu Ministro da Agricultura, me convidou para chefe de seu gabinete, exultei com a possibilidade de incluir no programa o aproveitamento prioritário da cachoeira de Paulo Afonso. A energia que ali se gerasse seria o
Instrumento  para redimir o nordeste e dissipar uma desigualdade profundamente injusta para a sua gente. Foi então que tomei conhecimento de que já existiam dois decretos que objetivavam a mesma finalidade, expedidos no governo Vargas, mas que, com sua deposição,
haviam ficado em ponto morto. O aproveitamento de Paulo Afonso havia sido combatido tenazmente pelo Ministro Souza Costa, que afirmava que gastar dinheiro alí seria desperdício.
O processo foi então guardado pelo Dr. Sebastião de Santana Silva, auxiliar do Ministro Apolônio Sales. Também o economista Eugênio Gudin visitara Dutra para dizer-lhe que a construção seria uma loucura, pois, entre outras razões, sequer haveria mercado. Nesse ano (1948) Daniel de Carvalho, Ministro da Agricultura, convenceu Dutra contra a opinião de Gudin. A Chesf havia sido criada em 1945 por Getúlio Vargas, mas só em 1948 Dutra iniciou a obra. A decisão de Dutra de construir Pulo Afonso foi um grande momento da história do Brasil. A conspiração dos derrotistas e negativistas nos gabinetes alastrou-se para combater a obra sob os mais variados pretextos, mas a oposição de hoje será o aplauso de amanhã.
O Ministro Daniel de Carvalho levou ao Presidente Dutra uma lista de três nomes, dentre os quais deveria ser escolhido o organizador e futuro presidente da companhia. Foi escolhido o Engº. Antônio José Alves de Souza, que tinha uma longa tradição de inteligência, cultura e serviços, sendo respeitado tanto pelo seu caráter como pela competência profissional. Engenheiro civil e de minas, formado pela Escola de Minas de Ouro Preto, estava ligado a Paulo Afonso desde 1921, quando, com os engenheiros Jorge Menezes Werneck, Jaime Martins de Souza, Mário Barbosa de Moura e Mengálvio da Silva Rodrigues, fizera o levantamento topográfico da área, por designação do ministro Simões Lopes, no Governo de Epitássio Pessoa. Estava talhado para a missão. Pela Portaria nº 553 de 02/10/47 o Ministro Daniel encarregou Alves de Souza de organizar a grande empresa. Graças ao governador baiano Otávio Mangabeira, a Luiz Viana Filho, Clemente Mariani, Juracy Magalhães e Pereira Lira, a Bahia e a Paraíba foram incluídas no programa. O lançamento oficial da abertura da subscrição pública das ações preferenciais da Companhia foi feito pelo Presidente Dutra, no Palácio do Catete, em 01/12/47. Alves de Souza não teve dificuldade em formar a sua diretoria. Convidou o General Carlos Berenhauser Júnior, engenheiro eletricista, para Diretor Comercial; Eng.º Adozindo Magalhães de Oliveira, ex-colega da Divisão de Águas, para Diretor Administrativo; e o Eng.º Otávio Marcondes Ferraz para Diretor Técnico. Como Consultor Jurídico, eu, Afrânio de Carvalho. Como o estatuto da Chesf, constituída em assembléia em 15/03/1948, fixara o Rio de Janeiro como seu domicílio, após as primeiras reuniões em salas emprestadas a empresa comprou o 15º andar do edifício 134 da Rua Visconde de Inhaúma, centro do Rio, onde esteve durante 27 anos, até a mudança para Recife em 1975. Com o falecimento do Diretor Administrativo, Eng.º Adozindo Magalhães, em 14/06/53, fui nomeado seu substituto.
De início a Diretoria Técnica de Marcondes Ferraz ficou na sede, onde contava com a assessoria de Domingos Marchetti, além dos engenheiros Gentil Norberto, José Vilela e Júlio Miguel de Freitas. Em 1949 a diretoria técnica mudou-se para Paulo Afonso com todos os engenheiros.
Com o tempo, outros engenheiros foram incorporando o quadro: Ernani Gusmão, Othon Soares, Dermeval Rezende, Hilton Fiúza de Castro, Hermínio Keer, Hélio Gadelha de Abreu, Nédio Lopes Marques.
O Presidente Alves de Souza dividia o seu tempo entre o Rio e Paulo Afonso, onde sua presença motivava os trabalhadores, levantava os ânimos e alegrava todos os colaboradores, dos engenheiros aos operários, com os quais sempre manteve estreito contato pessoal, até sua morte em 18/12/61, em Paulo Afonso, ficando o seu coração sepultado ao pé do seu busto no Jardim Belvedere, a seu pedido. A escrivã Maria de Lourdes Martins, do Cartório de Registro Civil de Paulo Afonso, lavrou a certidão de óbito n.º 309, folha 155, livro 6, sendo Alves de Souza sepultado no Cemitério São João Batista, Botafogo, Rio de Janeiro.
Por sua vez, Marcondes Ferraz, indo residir em Paulo Afonso com sua senhora Dona Marieta Ferraz, dera um magnífico exemplo, estimulando engenheiros, médicos, advogados, técnicos e professores a fazerem o mesmo, imprimindo unidade e segurança, contribuindo para que ali se formasse uma comunidade impregnada de espírito familiar. Para exercer funções de “prefeito” do acampamento, Dr. Adozindo designou seu próprio assistente Dr. José Gomes Barbosa, depois substituído pelo Dr. Sílvio Quintela.
A seleção rigorosa dos dirigentes, a boa vontade dos dirigidos, o relacionamento espontâneo entre todos, compuseram um ambiente propício à colaboração e ao rápido progresso das obras. O trabalho era feito de coração tranqüilo e sorriso nos lábios. Enquanto o Eng.º Marchetti supervisionava as escavações dos túneis, os engenheiros Gentil Norberto, Roberto Montenegro e Reginaldo Sarcinelli eram responsáveis pelas enceradeiras. Se o laboratório de modelo reduzido desempenhou papel tão decisivo na solução de problemas fluviais, isso se deve ao gênio do Engº André Balança. Na construção das subestações, a competência rara do Engº Paavo Nurmi de Vicenzi. Com o aval da aeronáutica fizemos um campo de aviação, onde pousavam aviões de uma empresa comercial e estacionavam aeronaves da Chesf, a princípio apenas um Beechcraft bimotor e um helicóptero Bell, cujo serviço de aviação foi entregue ao coronel-aviador Humberto Aguiar e ao piloto paulista Carlos Alberto Alves, depois vereador de Paulo Afonso.
A Diretoria Comercial se projetou devido a inteligência e retidão de Berenhauser Júnior, que se cercou de auxiliares capazes como Álvaro de Carvalho, Pimentel Tourinho e Euclides Ribeiro. Os grandes equipamentos eram descarregados nos portos de Recife e Salvador, seguindo em carretas para Paulo Afonso. Os milhares de sacos de cimento iam de trem até Arcoverde e de caminhão até a obra. Milhares de pessoas chegavam a Paulo Afonso em busca de pão e trabalho, construindo ao lado do acampamento um grupo numeroso de casebres cobertos com sacos vazios do cimento Poty usado nas obras, cujo núcleo veio a chamar-se Vila Poty. As redes de dormir eram toda a mobília. Na Poty a companhia construiu banheiros públicos, chafarizes, posto médico, e admitiu os homens necessários, que aprendiam facilmente o serviço e revesavam-se de dia e de noite. Ali estava o sertanejo forte mencionado por Euclides da Cunha. Na obra, o sotaque cantado do nordestino dava um toque original e romântico ao trabalho que faziam.
Suportando o calor abrasador, labutavam sorrindo e cantando. Ordeiros e disciplinados, formavam um grupo peculiar no agregado brasileiro.
Foi, sem dúvida, o magnífico contingente humano dos nordestinos, perfurando o granito e operando máquinas, que permitiu a vitória final.
Durante a construção, o episódio mais importante foi o fechamento do braço principal do rio, com enceradeiras, treliças e pedras enroscadas. O desfecho provocou o mais vivo interesse dos operários, funcionários e de outros nordestinos que afluíram às margens do rio.
Até gente de outras cidades, na expectativa de ver o rio fechado.
Fechadas as comportas, o Velho Chico estava domado pela astúcia do engenheiro brasileiro. Gritos de alegria e foguetes festivos tornaram aquele momento deveras emocionante e inesquecível, quando um entusiasmado espectador atravessou a pé o leito seco do rio, empunhando a bandeira nacional, em 19/07/54. Sessenta dias após, iniciou-se o enchimento do reservatório para provas de funcionamento da usina, que logo entrou em operação comercial, sendo inaugurada em 15/01/55 pelo Presidente João Café Filho, sucessor de Getúlio Vargas, que se suicidara quatro meses antes.
No acampamento, as modernas casas de alvenaria substituíam a caatinga. Casas para famílias, alojamentos para solteiros, casa de hóspedes, casa da diretoria, hospital, igreja, armazém, restaurante, escolas e clubes sociais. Um oásis sem similar no seio do sertão áspero. Vila Operária, Vila Alves de Souza, Bairro General Dutra. Ao lado do acampamento, a Vila Poty. Pioneiros que formavam a enorme família chesfiana, pessoas vindas dos mais diferentes rincões do país e do mundo, as profissões mais diversas, de todas as idades e religiões, com forte espírito de solidariedade inspirado na grandeza da obra que executavam. Num ambiente de camaradagem, todos amavam apaixonadamente aquele trabalho. Entre tantos outros profissionais, os professores responsáveis pela instrução dos milhares de filhos dos construtores de Paulo Afonso: Dilon Alves, Cláudio Melo, Antonieta Morais, Neide Cerqueira Lima, Ana Freitas, Glícia de Morais, Elvira Rocha, Iracy Santiago, Neide Jatobá, Zilá de Castro, Amanda Morais, Jandira Ramos, Maria Amélia. Ezilda Goiana, Zélia Bandeira, Conceição Siqueira, Eunice Macêdo, etc. No meio de todos, a figura ímpar de Alves de Souza, verdadeiro agremiador e condutor de homens, espírito impregnado de fé e entusiasmo. O Hospital Nair Alves de Souza (homenagem à esposa do presidente), que tinha a responsabilidade de atender aos chesfianos, de repente viu-se sob a premência de acudir numerosas pessoas estranhas, vindas até de outras cidades, atraídas pela fama que logo se espalhou. Não podendo enxotar aqueles carentes, os socorria gratuitamente. O criador e diretor do hospital, Dr. Lourival Burgos Muccini, hábil cirurgião, administrador metódico, tinha em sua equipe os médicos Fernando Freitas, Augusto de Sá Brito, José Elói Medeiros, Militão Cézar Oliveira, Edson Teixeira Barbosa (depois prefeito) e a farmacêutica Nilza Alves.
A construção da usina despertou a atenção do povo por toda parte, que via, pela primeira vez, realizar-se em solo nordestino empreendimento de tão extraordinário vulto. Poucas obras ganharam tanto interesse no Brasil inteiro, como as de Paulo Afonso. Os visitantes chegavam sem cessar, vindos de todas as partes, de ônibus, automóveis e aviões. Na sala dos visitantes ouviam explicações do projeto da hidrelétrica e seguiam com um guia para o imenso canteiro de obras. A comemoração do decênio da Companhia em 15/03/58 foi uma gigante festa íntima, que comemorou os resultados obtidos nos dez anos de intenso e fecundo trabalho, resultados que justificavam a euforia da comemoração. Paulo Afonso deixara de ser uma porção desértica da caatinga, tornando-se uma comunidade civilizada. Um magnífico monumento foi erigido ao lado da barragem oeste, o Parque Belvedere, em homenagem à diretoria realizadora da grande obra. Na programação da festa, missa campal no obelisco, churrasco para milhares de pessoas no Clube Operário, jantar no CPA, bailes em ambos os clubes, em cujas comemorações discursaram Dr. José Gomes Barbosa, Dr. Ebenézer Gueiros, Dr. Paulo Parísio, Dr. Waldemar de Carvalho, Dr. Carlos Berenhauser, Dr. Alves de Souza, Dr. Sílvio Quintela, Dr. Marcondes Ferraz, Dr. Hélio Gadelha, Sr. Pimentel Tourinho, Dr. Roberto Montenegro, Sr. José Francisco Oliveira Diniz, Sr. Olímpio Rodrigues dos Santos e Dr. Afrânio de Carvalho.  Paulo Afonso deixava de ser um sonho utópico, abstrato, para ser a redenção do nordeste brasileiro, realidade concreta e incontestável.
No monumento do Parque Belvedere estão gravadas para sempre as palavras do Dr. Sílvio Quintela:
“A FÉ, A TENACIDADE, O SACRIFÍCIO E A UNIÃO TORNARAM REALIDADE O ANSEIO DE VÁRIAS GERAÇÕES”.