01 de Agosto de 2011 - 15:18
R7
O Brasil registrou, de 2000 a 2010, 20.771 mortes causadas por hepatites virais, dos tipo A, B, C, D e E e causas associadas.
Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (28), Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. No mesmo período, 307.446 pessoas adquiriram a doença no país.
O maior número de óbitos ocorreu devido a hepatite C, com registro de 14.873 mortes nos últimos 10 anos. Em seguida, vem o tipo B (4.978), tipo A (608), tipo D (264) e tipo E (48).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou da cerimônia que divulgou um boletim epidemiológico da doença. Ele disse que o principal desafio dos portadores é lidar com o preconceito.
Se esta é uma doença é silenciosa, vamos aproveitar para dar um grito, que é contra o preconceito. A pior doença que uma pessoa pode ter é o preconceito.
De 1999 a 2009, a taxa de incidência hepatite B no país cresceu de 0,5 para 5,6. Ao contrário do tipo mais leve, a do tipo A, essa doença atinge principalmente a região Sudeste (36%), seguido do Sul (31%).
Os brasileiros entre 20 e 49 anos de idade correspondem a 72% do total de 104.454 infectados. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, explicou que, à medida que a população fica mais velha, maiores são as chances de se descobrir a doença.
Quanto mais nós subimos na faixa etária, temos pessoas jovens que se expuseram ao risco na faixa de 20 e poucos anos e só descobriram a doença depois, por volta dos 40.
O estudo do ministério mostrou que a transmissão sexual da hepatite B é 10 vezes maior na população jovem, entre 20 e 39 anos.
Nesse sentido, duas grandes estratégias devem ser adotadas: estímulo às práticas sexuais seguras, redução da vulnerabilidade e acesso à informação.
Barbosa explicou que a hepatite pode ser uma doença silenciosa, que só apresenta sintomas após vários anos do contágio. O secretário afirmou ainda que uma das principais formas de se evitar a hepatite B é a imunização.
Se nós conseguirmos alta cobertura de vacinas contra hepatite B é possível pensarmos, a longo prazo, em interromper a transmissão dessa doença no futuro.
Neste ano, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o governo estendeu a faixa etária da vacina até 24 anos. Em 2012, segundo a pasta, será oferecida também a jovens de até 29 anos.
Essa expansão vai ajudar grande parte das gestantes e assim poder proteger cada vez mais. É importante também mobilizar a população. Mesmo expandindo este ano para 24 anos, tivemos baixa procura dos jovens.
· Hepatite A
Quase 40% do total de casos de hepatite no país são do tipo A, sendo a maior parte deles presente nas regiões Nordeste (31%) e Norte (22%). Em 2009, a menor taxa de incidência por 100 mil habitantes ocorreu no Estado de São Paulo (0,7), e a maior, em Roraima (58,8).
As crianças menores de 13 anos foram as principais vítimas de 2000 a 2010: 68%. Segundo o estudo feito pelo ministério, a taxa de incidência da hepatite A diminuiu a partir de 2006, quando de registrou 9,1 casos por cada 100 mil habitantes. De lá para cá, o número vem caindo e chegou, no ano passado, a 3,1.
Padilha disse que o Ministério da Saúde estuda expandir a faixa etária de vacinação da hepatite A, que atualmente não tem o mesmo perfil de alguns anos atrás, quando havia menos acesso a saneamento e água tratada.
Como o Brasil mudou tanto,a forma como a hepatite A se apresenta é diferente e vai exigir que nós tenhamos formas diferentes de prevenção. Hoje nós temos crianças e jovens que não tiveram contato com a hepatite A e que, mais tarde, quando tiverem, podem ter algo mais grave.
· Hepatite C
Os casos de hepatite C, de 1999 a 2010, foram mais frequentes entre os homens, que somaram 60%, ou 42.342 casos. Enquanto o país registrou, em 2009, 5,3 casos para cada 100 mil habitantes, a região Sudeste apresentou incidência de 8,3 e a Sul, de 7,4.
O secretário, Jader Barbosa, alerta para o número de casos ocultos da doença.
Essa é apenas a ponta do ice Berg, uma vez que muitas pessoas têm a doença e não sabem.
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